domingo, 18 de novembro de 2012

Nem só de Papai Noel é feito o Natal

(http://www.ballet.co.uk/magazines/yr_09/jan09/nr_rev_hong_kong_nutcracker_1208.htm)

Estamos a pouco mais de um mês do Natal. Os shoppings já estão inaugurando suas belíssimas e luxuosas decorações natalinas, com temas diferentes dos apresentados em anos anteriores, sempre buscando inovar... temos desde "A Floresta Encantada do Papai Noel"(SP Market), passando por "Natal Camponês"( Anália Franco), temas relativamente clichês, até "Natal Campeão do Senninha"( Santana Parque Shopping), uma forma inusitada de homenagem a outra grande personalidade.
(http://www.guiadasemana.com.br/turismo/noticia/decoracao-de-natal-nos-shoppings-2012)
É inegável a movimentação que o natal gera na economia, e toda a conversa capitalista que acompanha o "bom velhinho", mas, venho hoje citar outro personagem dessa época do ano: O Quebra Nozes.

Conta a história que Clara, afilhada do mágico Dosselmeyer, ganha do padrinho durante a festa de natal um boneco quebra-nozes. Encantada com o novo brinquedo, Clara começa a dançar, no entanto, tem sua alegria interrompida quando seu irmão Fritz quebra seu boneco-soldado. Seu padrinho o conserta, a festa termina e todos se retiram. A casa toda dorme, exceto Clara, que vai até a sala ver o novo brinquedo, repousado ao lado da árvore de natal. Cansada, adormece ali mesmo. De repente, Clara desperta com o barulho de ratos, no instante em que a sala ao seu redor parece crescer, seu soldadinho quebra-nozes ganha vida e, junto a seu pelotão de soldados de chumbo, defende a garota dos ratos invasores. A batalha termina com a morte de ambos. Os ratos retiram seu rei e Clara chora pela morte de seu amado, no entanto, suas lágrimas quebram o encanto, o transformando em um lindo príncipe. Clara é levada para uma viagem pelo reino encantado, onde é recebida pelos anjos da árvore de natal, e conhece também doces e outras guloseimas representantes de seus países de origem ( Espanha, Arábia, China, Rússia), além de flores e flocos de neve dançantes. Clara encontra-se com a Fada Açucarada, que dança um belíssimo pas de deux, antes de retornar para casa, no fim do ballet.

Juntamente com "Grinch", "Esqueceram de Mim"e outros filmes com 'papai noel' no nome, filmes que contam a história do Quebra Nozes são quase sempre presentes na programação dessa época do ano. Aliás, todo mundo já ouviu a música perfeitamente composta por Tchaikovsky tema desse ballet, ainda que em uma caixinha de músicas ou outro brinquedinho natalino. Desde versões com a Barbie ( que é uma das minhas favoritas), até apresentações de grandes companhias de ballet ao redor do mundo, o tema também é o favorito entre os espetáculos de fim de ano de escolas de ballet. O Cisne Negro, uma das maiores companhias de dança de São Paulo, remonta a peça em diferentes versões, com efeitos incríveis todos os anos (há 28 anos já).
(http://www.guiadasemana.com.br/artes-e-teatro/o-quebra-nozes-teatro-alfa-07-12-2011)

Deixo aqui meu conselho natalino de que procurem assistir a essa linda história, cheia de magia e sonhos, e, particularmente, o meu ballet de repertório favorito, e que permitam-se serem invadidos pela incrível composição de Tchaikovsky também!

Aqui um vídeo do youtube com o pas de deux da fada açucarada, na versão do Royal Ballet http://www.youtube.com/watch?v=9gz9PG3Fu0g 

Aqui um vídeo do youtube com a Valsa das Flores, uma das partes mais lindas e técnicas do ballet, também na versão do Royal Ballet.
http://www.youtube.com/watch?v=p30VTY_pGho

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

5,6,7...ação

Fonte: pudimdecinema.wordpress.com/2011/04/15/cantando-na-chuva-1952/


Pensando no papel e na abrangência da dança nas nossas vidas, hoje darei atenção especial para a dança nos meios de entretenimento.

É grande a quantidade de programas, filmes, peças teatrais e outras formas de entretenimento que exploram a dança. Desde a "Dança dos famosos" no Faustão, que atinge todas as classes sociais do país, até programas de tv por assinatura como "So you think you can dance", "America's best dance crew" ou outros tantos que encontraremos se dermos aquela famosa zappeada nos canais. Temos também os filmes  musicais, donos de uma linguagem que abrange a atuação, o canto e a dança, nos quais encontramos coreografias muito bem ensaiadas, e que grande parte dos fãs se esforça em aprender para dançar igual, que viram febre na sua época (e, na verdade, ultrapassam gerações). Eles começaram sua história na década de 20, com "O cantor de jazz", atingiram a Era de Ouro após a segunda guerra mundial, com grandes nomes como "A noviça rebelde", "Cantando na chuva" e "O rei e eu", por exemplo, e continuam sua trajetória durante todos esses anos, contendo grandes nomes tanto no mundo cinematográfico, como no mundo "real", com os grandes espetáculos da Broadway e outras grandes produções ao redor do mundo. Inclusive, se prestarmos atenção, essa modalidade de arte
  Se analisarmos a audiência desses filmes, encontramos alguns musicais dentre os filmes de maior bilheteria ao redor do mundo, e um número maior ainda se restringirmos a pesquisa ao Brasil, com "Os embalos de sábado a noite" e "Nos tempos da brilhantina" incluídos em uma lista que conta com grandes produções Hollywoodianas
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_filmes_de_maior_bilheteria)
Percebemos assim que, como bem retratado em "A rosa púrpura do cairo", no qual a nossa protagonista, representante da massa, foge dos seus problemas da realidade assistindo seguidamente a sessões de seus filmes favoritos, o cinema é uma forma de distração das pessoas, é uma forma de fuga da realidade e gera uma relação de identificação e projeção.
Fonte: guia.folha.uol.com.br

Sendo assim, como parte desse universo cinematográfico, e uma parte extremamente interessante e divertida (ainda que meio sem noção, afinal ninguém sai dançando e cantando na rua), os musicais, na minha opinião, são o sucesso que são devido ao fato de contarem com o canto, que é algo extremamente admirado pelas pessoas, no entanto difícil de ser realizado (afinadamente, sem ferir os ouvidos alheios), e, principalmente, a dança, a maior e mais simples forma de manifestação que o ser humano tem, que nos acompanha desde nossos primeiros passos, que não necessita de nada além do nosso próprio corpo, que pode ser aperfeiçoada com técnicas, mas que já faz parte de nós mesmo se não for aprendida, que é utilizada como meio de descontração e lazer (tantas baladas estão aí para provar isso)...enfim, que além de linda, divertida e simples, é economicamente viável para o universo do entretenimento.
Fonte: rosedutra.blogspot.com

sábado, 10 de novembro de 2012

A princesa bailarina na mídia


Praticamente desde que a mãe descobre que vai ter uma menina, junto com o sonho do nome, dos enfeitinhos de cabelo e vestidinhos fofos, vem o sonho das aulas de ballet. Além disso, são amplamente conhecidos os benefícios do ballet para crianças, como por exemplo a disciplina, os benefícios físicos e para sua coordenação motora e cognitiva, além do lado artístico musical e teatral. Por isso vemos tantas salas de baby class lotadas de menininhas de 3,4,5 anos em seus collants e sainhas, com sapatilhas minúsculas e que mal sabem o que estão fazendo ali. Babam no espelho enquanto ficam encantadas com a sua imagem, penduram-se nas barras, giram e giram pra ver a sainha ficar levantada e...não obedecem a professora. Sim, porque a maioria não está ali por escolha própria. 
Com o tempo, aprendem a gostar, as brincadeiras e historinhas contadas pelas "tias"(que aprendem a ser um pouco mães) criativas acabam contagiando e elas adquirem o sonho de ser a bailarina perfeita a partir de então.

O que mais me chama a atenção, no entanto, é o fato do ballet ser algo tão explorado e incutido nas meninas pela mídia, através de programas de televisão, como a tão adorada ratinha Angelina Ballerina e através de filmes da Barbie ou outras personagens símbolo para as crianças, como as Princesas da Disney. Aliás, outra coisa extremamente explorada é esse ideal de "Princesa". Todas querem ser princesas, Todas se esforçam para não deixarem suas coroas caírem, mantendo a postura reta. 

Não encontrei estudos psicológicos sobre essa hipervalorização da princesa e mais ainda da bailarina, e fico aberta a indicações. Mas, o fato é: Ballet é um tema que faz sucesso, atrai olhares, mexe com o imaginário e com os sonhos infantis (e de adultos também). E, particularmente, espero eu que seja assim sempre, porque é uma arte linda, refinada, delicada... e as crianças precisam de mais influências assim ( e menos funk e piriguetes). 

Tudo começa pelo plié


Como a vida na dança, esse blog começará pelo plié. 
Ele é a base para praticamente todos os passos que você aprenderá no futuro da sua vida de bailarina. É difícil no começo, ainda mais quando a professora te coloca em uma primeira posição. Dá vontade de jogar o corpo para frente e o bumbum para trás para se equilibrar, e aí vem a correção te dizendo que essa não é a forma certa de fazê-lo. Com o tempo você vai pegando o jeito, percebendo como o seu corpo deve ficar, assimilando o que a professora fala, até que, com o tempo, fica natural...
E cá estou, na tentativa de fazer essas postagens tornarem-se tão naturais quanto um demi plié! 

Como estudante de publicidade por profissão e gosto, e professora de ballet e eterna bailarina por paixão, usarei esse espaço para conciliar esses dois amores...sendo para desabafar, sendo para tentar transmitir ao mundo ( ou o que eu alcançar dele) o que eu penso a respeito de ambas as coisas, bem como de formas de criação e educação das crianças, da dança como um todo, de outras formas de arte, de reflexões sobre a vida...

É isso, continuem praticando seus pliés da vida, que eu continuarei também os meus!