Praticamente desde que a mãe descobre que vai ter uma menina, junto com o sonho do nome, dos enfeitinhos de cabelo e vestidinhos fofos, vem o sonho das aulas de ballet. Além disso, são amplamente conhecidos os benefícios do ballet para crianças, como por exemplo a disciplina, os benefícios físicos e para sua coordenação motora e cognitiva, além do lado artístico musical e teatral. Por isso vemos tantas salas de baby class lotadas de menininhas de 3,4,5 anos em seus collants e sainhas, com sapatilhas minúsculas e que mal sabem o que estão fazendo ali. Babam no espelho enquanto ficam encantadas com a sua imagem, penduram-se nas barras, giram e giram pra ver a sainha ficar levantada e...não obedecem a professora. Sim, porque a maioria não está ali por escolha própria.
Com o tempo, aprendem a gostar, as brincadeiras e historinhas contadas pelas "tias"(que aprendem a ser um pouco mães) criativas acabam contagiando e elas adquirem o sonho de ser a bailarina perfeita a partir de então.
O que mais me chama a atenção, no entanto, é o fato do ballet ser algo tão explorado e incutido nas meninas pela mídia, através de programas de televisão, como a tão adorada ratinha Angelina Ballerina e através de filmes da Barbie ou outras personagens símbolo para as crianças, como as Princesas da Disney. Aliás, outra coisa extremamente explorada é esse ideal de "Princesa". Todas querem ser princesas, Todas se esforçam para não deixarem suas coroas caírem, mantendo a postura reta.
Não encontrei estudos psicológicos sobre essa hipervalorização da princesa e mais ainda da bailarina, e fico aberta a indicações. Mas, o fato é: Ballet é um tema que faz sucesso, atrai olhares, mexe com o imaginário e com os sonhos infantis (e de adultos também). E, particularmente, espero eu que seja assim sempre, porque é uma arte linda, refinada, delicada... e as crianças precisam de mais influências assim ( e menos funk e piriguetes).
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